CRIADORES TRISTES, OU NÃO?
- Darlís Santos
- 2 de jun.
- 2 min de leitura

Revisitei essa colagem que fiz há cinco anos, quando usava este perfil como uma forma de expressar meus pensamentos sobre criatividade.
Não sou formada em Design (sou de Publicidade) e, geralmente, me sinto inconformada com a sensação de ter que me posicionar como designer. Não entenda mal essa fala , não tenho nada contra, inclusive tenho amigos que até são, mas acredito que meu trabalho parte do design, mas não permanece lá... até a etapa final, transito por muitos cenários.
Me incomoda muito esse apego ao minimalismo no sentido de simplismo, onde o “limpo” é sempre colocado em um lugar superior. Lembro que, quando fiz essa colagem cinco anos atrás, ela surgiu a partir do conhecimento de um livro sobre a “Estética da Alegria”. Em seu site, existe essa definição:“A Estética da Alegria é dedicada a uma ideia simples e poderosa: a de que nossa maior fonte de alegria é o mundo ao nosso redor.”Isso me fez questionar: será que estamos, de fato, conhecendo o mundo ao nosso redor?Percebo que, quanto mais tempo passo em casa, minha memória e meu arquivo mental se condicionam apenas às telas. A falta de convívio com o mundo exterior afeta diretamente aquilo que crio.
Mas onde quero chegar? Este texto não tem como objetivo apresentar uma resposta para esse questionamento, mas sim propor uma reflexão sobre como os designs atuais refletem as condições daqueles que os criam. Se há falta de design alegre , ou que minimamente desperte alguma emoção além da apatia? Será que os designers estão menos alegres? As marcas estão mais apáticas? Além da utilidade, o que criamos tem outro objetivo?

Design alegre não significa design infantil ou superficial. Significa generoso. Significa vivo. Significa lembrar que, mesmo num mundo de urgências e robótico, ainda há espaço para aquilo que simplesmente... faz bem.
Bem, é algo a ser pensado e discutido. Enquanto isso, continuo tentando refazer as pazes com meu processo criativo.
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